segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

ESPECIAL SELEÇÃO BRASILEIRA: Do inferno ao céu em 2016

Time titular de Tite na vitória por 3 a 0 sobre a Argentina, no Mineirão, em novembro
Desde junho de 2014, é impossível tecer qualquer comentário sobre a Seleção Brasileira sem contextualizar citando a semifinal da Copa do Mundo, com vitória histórica da Alemanha por 7 a 1 no Mineirão. No entanto, esse capítulo parece finalmente ter chegado ao fim com a vinda de Tite, já na reta final da trajetória da Seleção em 2016.







O ano começou ainda com Dunga, substituto de Felipão em todos os sentidos da palavra. O treinador trazia consigo, mesmo sem merecer, todo o legado deixado por seu antecessor. A torcida via no capitão de 94 uma sequência do que vinha dando errado e sua imagem se atrelava no imaginário popular não só ao 7 a 1, mas à corrupção da CBF, à Marin, Del Nero e toda a corja de aproveitadores que deixaram o futebol brasileiro em frangalhos.

Tite, então, aparece como um salvador da pátria. Um raríssimo técnico unânime e que, apesar de trabalhar para os mesmos cartolas da CBF, parece inexplicavelmente mais distante deles. O time com o ex-treinador do Corinthians ainda não foi testado suficientemente, mas vem dando conta do recado nos resultados e, mais importante, no desempenho, encantando com um futebol moderno apesar do pouco tempo que o grupo teve para treinar sob o comando da nova comissão técnica.

É exagerado tratar Tite como esse santo do futebol, mas é também impossível não perceber a mudança da água para o vinho. Se o treinador será capaz de recolocar a Seleção no patamar em que os brasileiros estão acostumados, só o tempo dirá. Mas é certo que o salto foi grande e que, pelo menos dentro de campo, o time da CBF começa a andar na direção certa.
Fora dos gramados, no entanto, os caminhos seguem obscuros, e guiados pela ironia de um Marco Polo que não pode viajar. As boas apresentações do time de Tite são manchadas pela noção de que isso faz com que mínguem as críticas à cartolagem na CBF. É de se espantar que a entidade que toma conta do futebol brasileiro tenha demorado tanto para contratar o técnico como escudo. Terá sido teimosia ou pura incompetência?

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