Por Loui Jordan |
A temporada de futebol
no Brasil começou já dando o que falar. É bem verdade que no mês de janeiro os
destaques acabam sendo a Copa São Paulo de Futebol Junior e o início dos
campeonatos estaduais, no entanto, o Santos Futebol Clube é o time que tem dado
o ar de sua graça quando entra em campo. O Peixe é a sensação nas primeiras
rodadas do Campeonato Paulista.
Nem mesmo o mercado de
transferências foi capaz de ofuscar o ótimo começo do time da Vila Belmiro. De
tudo que se pode pensar sobre o Santos, três pontos são importantes: a chegada
de Sampaoli, um elenco com poucos jogadores de nomes consagrados e o nível do
campeonato em disputa. Esses são os pontos a serem elogiados e no mínimo
colocados a prova. Pouco antes do Natal, o técnico Jorge Sampaoli foi
contratado para dirigir o clube paulista, o argentino assinou contrato de dois
anos. Os questionamentos acerca de seu nome eram os mais óbvios, Sampaoli fez
um trabalho muito fraco com a Argentina na Copa de 2018 e sempre que algum
estrangeiro chega ao Brasil, a adaptação é uma dor de cabeça que preocupa muita
gente.
Sampaoli simplesmente
passou por cima disso tudo. Com poucos dias de treinamento, colocou o plantel
do Santos em igualdade competitiva para com o que ele pretende, mas é bom
lembrar que alguns jogadores chegaram das férias acima do peso recomendável
para um atleta profissional. O Santos ainda perdeu seu artilheiro, Gabriel
Barbosa, o Gabigol, e também dois destaques do time, o meia-atacante Bruno
Henrique e o Lateral-esquerdo Dodô.
Os reforços não são tão
conhecidos, o meia-atacante venezuelano Yeferson Soteldo, o zagueiro colombiano
Felipe Aguilar e o goleiro brasileiro Everson. O Santos não demonstra ter
nenhum craque, espera ainda por mais contratações e claro, é bom ter cuidado,
por mais que o Santos esteja deslumbrado com seu belo e simples futebol, o
estadual não serve de base. As atuações até aqui são de tirar o chapéu, as
vitórias sobre a Ferroviária, São Bento e São Paulo, são enriquecedoras para o
futebol brasileiro.
A forma como o Santos
procura o gol e busca incessantemente o domínio da bola, é louvável. Sampaoli
fez seus jogadores entrarem em um ritmo frenético de intensidade, não só no
jogo, como também nos treinamentos. No clássico contra o São Paulo no Pacaembu,
o time de Jardine foi vencido com extrema facilidade, os golpes pareciam já
premeditados por Sampaoli e companhia. Ter um coletivo que preserva a posse da
bola e a recupera com rapidez e eficiência, é o DNA que Sampaoli aos poucos
está produzindo em seu elenco.
O meio de campo
santista, colocou o tricolor em total vazio. É impressionante como os jogadores
entenderam rapidamente a filosofia de seu treinador. Uma questão a ser pontuada
também, é que o Santos troca passes no campo do adversário e marca de uma forma
mais “europeia”, por zona, entretanto marca os espaços a serem preenchidos
pelas peças adversárias. Um bom retrato dessa marcação e desse estilo em ter a
bola, são os 60 minutos que o Santos soube aplicar no clássico e, é natural que
o cansaço faça o time perder poder de performance na reta final dos jogos.
O grande adversário e
melhor concorrente ao título do estadual até aqui, foi o São Paulo que perdeu
apenas de 2 a 0, se não fosse a pontaria dos Santistas e as defesas do arqueiro
Tiago Volpi do tricolor, o time do Morumbi poderia ter sofrido uma goleada. O
Santos ainda terá compromissos pela Copa Sul-americana, Copa do Brasil e o tão
aguardado Brasileirão, até lá o melhor time do Brasil no mês de janeiro, pode
testar outros estilos e até mesmo se aproveitar dos jogos para entrosar seu
coletivo. Não se sabe onde o Santos de Sampaoli vai chegar ou se irá levantar
alguma taça em 2019, o que se dá para constatar é o aprendizado tático e
técnico de cada jogo, não só para os times paulistas, mas para todo o futebol
brasileiro, desde seus treinadores mais clássicos, até os mais novos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário