No último dia 27
de dezembro, com já vem acontecendo há vários anos, Edilson(Dimel, e Sargento
Max reuniram amigos para a tradicional pelada de final de ano. O evento chegou
a sua décima primeira edição, e neste ano foi realizado no estádio municipal
José Comuniam, o Campo do Vila no bairro Santa Edwirges. O objetivo do encontro
é reunir amigos pra confraternizar e ao mesmo tempo praticar a solidariedade.
Quem joga, ou quem vai acompanhar o evento, leva um doação em alimento, ou
roupas,enfim, estas doações são revertidas a uma entidade assistencial.Este ano
a entidade escolhida pra receber as doações, foi a Casa de Recuperação Pietá.
Antes de a bola rolar, muitas homenagens
forma prestadas. Anualmente, uma pessoa da sociedade recebe homenagem pelos
trabalhos prestados ao esporte local e o
homenageado da vez foi Ney Antonio, presidente do TAC(Trespontano Atlético
Clube). O participante mais velho, bem como o mais novo também receberam medalhas
pela participação. Milton Gama também recebeu medalha pelo apoio, através da
imprensa, que vem dando ao esporte. O resultado da partida é o que menos
importa, embora muitos de cada lado foram anotados e o encontro terminou com
empate dentro das quatro linhas, mas fora delas, a vitória foi da solidariedade,
da participação e da alegria de poder estar ali.
Dimel, falando a respeito da 11ª edição do
encontro.....
Dimel: Primeiramente eu gostaria de agradecer a sua
presença, a presença de imprensa em geral, ao Max que é um parceiro de longa
data. Eu e Max fomos criados juntos, até o meu apelido veio dele, de quando
éramos crianças, enfim, a gente tem uma ligação muito forte, desde
pequenininho. É uma satisfação, o coração da gente se acalma, a gente fica até
emocionado em ver que em um domingo chuvoso, um domingo de fim de ano que todo
mundo poderia estar viajando com a família, passado Natal, feriado prolongado,
você vê que está todo mundo aqui contribuindo, participando da nossa causa que
é arrecadar donativos pra Pietá e mais uma vez, felizmente, vai ser de grande
sucesso. Todo ano a gente faz uma homenagem a uma personalidade da cidade,
ligado ao futebol, ano passado foi o Padre Roberto, você também já esteve
como nosso homenageado, esse ano nós escolhemos o Ney Antônio,
presidente do TAC, por se ruma pessoa muito envolvida com o futebol, com o
esporte, também uma pessoa muito solidária, enfim, eu e o Max concordamos em
escolhê-lo.
Milton Gama: Quem traz as doações concorre a prêmios também,
né?
Dimel: Isso! A gente vai no comércio local dos amigos e pega
brindes, esse é mais um motivo pra incentivar o pessoal a trazer esses
donativos e também se confraternizar. A gente recolhe esses brindes e sorteia
entre os participantes.
SARGENTO Max comentou
como surgiu essa iniciativa, como é que foi essa
iniciativa de vocês há onze anos atrás?
Sargento Max: Isso surgiu como uma brincadeira, que a gente
ficava sempre vendo na televisão o jogo das estrelas e aproveitamos pra copiar
um pouquinho deles essa parte boa, que é aproveitar, divertir, que é um jogo
pra dar uma finta, uma caneta, um chapéu, e em contra partida poder ajudar.
Começou ajudando pessoas que a própria comunidade indicava, montava uma cesta
básica, ia entregar pra pessoa. Depois foi ficando cada vez mais sério e agora,
de uns anos pra cá, passou a ser ajudada a Casa Pietá de Recuperação de
dependentes químicos.
Milton Gama: O resultado do jogo é lógico que é importante,
porque ninguém que entra em campo quer perder, mas é o que menos importa,
afinal de contas o ganhar já é pela amizade, pela confraternização e pela ajuda
solidária do pessoal.
Sargento Max: Sim, eu já costumo
dizer que a partir do momento que a gente entra no gramado, todo mundo á está
ganhando. Ganhando alegria, costuma ser o último jogo que o pessoal faz no ano,
e todo mundo sai ganhando.
Rodrigo Miranda Moraes – Vice presidente da casa de
Recuperação Pietá fala da importância de eventos como este.... Rodrigo
Miranda Moraes: Isso é importante pra gente porque o nosso trabalho é
voluntário, vive de doação. Então é um reconhecimento da sociedade sobre a
importância do nosso trabalho. É preciso que a sociedade abrace a causa porque
o que a gente está fazendo é um bem pra ela própria, então iniciativas como
esta são importantes.
Milton Gama: O que é o trabalho que vocês realizam lá na
Pietá Recuperação às pessoas?
Rodrigo Miranda Moraes: Hoje a gente está com oito meninos.
Nesses cinco anos que a gente esteve lá, já passou mais de 150 meninos. A gente
oferece a eles um lugar para que eles tenham condição de recomeçar, muitos já
perderam tudo: família, esperança, a droga tira tudo da pessoa. A porcentagem
de recuperação é baixa, pelo fato de a luta ser difícil, mas os poucos que
conseguiram recuperar já valeu à pena o trabalho. Tem pelo menos umas trinta
pessoas que a gente conhece que estão bem, e isso pra gente não é quantidade, é
um menino desses que se recupera poderia estar se prejudicando, prejudicando a
família, e hoje está bem, está trabalhando, está casado, feliz, esse é o nosso
pagamento.
Milton Gama: Foi dito agora a pouco que vocês também estão
encontrando dificuldades pra manter a casa de recuperação.
Rodrigo Miranda Moraes: A gente está trabalhando ali naquele
local já faz alguns anos, mas o local foi criado pra um outro fim que não é a
comunidade de recuperação. Então a gente tem encontrado dificuldade de
permanecer no local, porque nós estamos ali de maneira inapropriada, mas com a
ajuda da sociedade, se o pessoal abraçar a causa e reconhecer a importância,
quem sabe a gente não consegue ficar, né?
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